quinta-feira, 28 de novembro de 2013

As MARGENS DA NATUREZA: o que nos ensina a iconografia da história da medicina?


In: Aldrovandi, Ulisses, Monstrorum historia cum Paralipomenis historiae omnium animalium.

Bononiae : typis Nicolai Tebaldini, 1642


 

2 comentários:

  1. Como a imagem bem ilustra, a fronteira entre o natural e o artificial é móvel: as espécies contaminam-se e geram formas insólitas. A natureza significa ordem, regularidade, mas também proliferação do diverso e mesmo de fenómenos raros. Todavia, impõe-se a questão: tudo quanto brota da natureza é natural?

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    1. A questão é fecunda e encerra controvérsia. Uma breve consulta ao Vocabulário Português e Latino de Raphael Bluteau e as longas páginas que aí encontramos a propósito dos vocábulos «natural»/natureza» demonstram bem a polissemia dos termos e a riqueza dos conteúdos subsumidos por este par conceptual.

      Em relação à pergunta, anoto uma resposta possível avançada por um médico português em 1719. Como advertia Bernardo Pereira, facultativo do partido na vila do Sardoal: «Parece, que incorrem na maior censura aqueles, que inconsideradamente publicam não haver no mundo monstruosidades, & prodígios, só por não ter alcançado o seu discurso a verdadeira razão de tais produções, & de todos por este respeito negam a possibilidade na esfera da natureza, & inferem falsamente, que sendo certo havê-los, não contém o mundo perfeição alguma (…)».

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